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Localização, tamanho e clima

A Amazônia está situada em sua porção centro-norte; é cortada pela linha equatorial e, portanto, compreendida em área de baixas latitudes. Ocupa cerca de 2/5 do continente e mais da metade do Brasil. Inclui 9 países (Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela). A Amazônia brasileira compreende 3.581 Km2, o que equivale a 42,07% do país. A chamada Amazônia Legal é maior ainda, cobrindo 60% do território em um total de cinco milhões de Km2. Ela abrange os estados do Amazonas, Acre, Amapá, oeste do Maranhão, Mato Grosso, Rondônia, Pará, Roraima e Tocantins.
O clima é do tipo equatorial, quente e úmido, com a temperatura variando pouco durante o ano, em torno de 26ºC.Árvores da floresta amazônica. É muito comum na região, os períodos de chuva provocados em grande parte pelo vapor d'água trazido do leste pelos ventos.
A grande bacia fluvial do Amazonas possui 1/5 da disponibilidade mundial de água doce e é recoberta pela maior floresta equatorial do mundo, correspondendo a 1/3 das reservas florestais da Terra. Floresta Amazônica.
Apesar de ser o maior estado brasileiro (Amazonas), possui a menor densidade demográfica humana, com menos de 10% da população do país, 7.652.500 habitantes.

Meios de transportes e Zona Franca

O transporte fluvial é ainda o mais importante, mas começa a ser complementado pelas rodovias federais, como a Transamazônica, a Belém - Brasília e a Manaus - Porto Velho. O aeroporto de Manaus tornou-se um dos principais do país em volume de carga embarcada, sendo utilizado para o escoamento da produção das indústrias eletrônicas da Zona Franca, estabelecida em 1967como área livre de importação e exportação. Nessa área, as mercadorias procedentes do exterior não pagam impostos de importação, quando se destinam ao consumo local, às indústrias da região, ou à reestocagem para reexportação.

Economia

A economia é dominada pelo extrativismo vegetal, exercido sobre uma flora com enorme variedade de espécies. Além da seringueira e do caucho, de onde se extrai a borracha, são coletadas a castanha-do-pará, vários tipos de madeira, gomas, guaraná, babaçu, malva e muitas outras. O extrativismo mineral, de gemas e pedras preciosas começa a assumir maior importância, já que a região possui inúmeros recursos, até hoje pouco explorados: ouro no Pará, no Amazonas, em Roraima e no Amapá; ferro no Pará (serra dos Carajás), no Amapá e no Amazonas; sal-gema no Amazonas e no Pará; manganês no Amapá (serra do Navio), no Pará e no Amazonas; bauxita no Pará (Oriximiná, no rio Trombetas, e em Tucuruí), além de calcário, cassiterita, linhita, gipsita, cobre, estanho, chumbo, caulim, diamante e níquel.
Na agricultura, as principais lavouras são as de juta, pimenta-do-reino, arroz, milho, cacau e mandioca. A criação de gado bovino concentra-se na região de Marajó, nos arredores de Porto Velho (Roraima), no Amapá e no norte dos Estados de Tocantins e Mato Grosso. A pesca do pirarucu e de outros peixes serve ao consumo local. Várias hidrelétricas, como as de Tucuruí, no rio Tocantins, no Estado do Pará, e a de Balbina, no Estado do Amazonas, próxima de Manaus, foram construídas.

Desmatamento da Floresta Amazônica

A Amazônia abriga 33% das florestas tropicais do planeta e cerca de 30% das espécies conhecidas de flora e fauna. Hoje, a área total vítima do desmatamento da floresta corresponde a mais de 350 mil Km2, a um ritmo de 20 hectares por minuto, 30 mil por dia e 8 milhões por ano. Com esse processo, diversas espécies, muitas delas nem sequer identificadas pelo homem, desapareceram da Amazônia. Sobretudo a partir de 1988, desencadeou-se uma discussão internacional a respeito do papel da Amazônia no equilíbrio da biosfera e das conseqüências da devastação que, segundo os especialistas, pode inclusive alterar o clima da Terra.
Incêndio na floresta - Queimada para desmatamento Corte da madeira. Desmatamento da Amazônia.

Povos primitivos

A Amazônia é um dos poucos redutos do planeta onde ainda vivem povos humanos primitivos, dezenas de tribos que espalham-se em territórios dentro da mata, mantendo seus próprios costumes, linguagens e culturas, inalterados por milhares de anos. Antropólogos acreditam que ainda existam povos primitivos desconhecidos, vivendo nas regiões mais inóspitas e inacessíveis. As características do clima e do solo da região amazônica, pouco propícias à conservação de materiais, não deixaram muitos vestígios sobre a vida dos povos pré-colombianos. Mas o patrimônio arqueológico é precioso, com registros que chegam a 10.000 a.C. A riqueza da cerâmica, com suas pinturas elaboradas, demonstra que muitos desses povos atingiram um estágio avançado de organização social, sempre guiados por uma forte relação com a natureza.

Folclore

As origens do folclore da região amazônica se perdem no tempo, mas as raízes negras, indígenas e africanas continuam presentes e são encontradas em diversas manifestações culturais, mostrando influência de todos esses povos, transformada em rituais próprios e característicos da região. Na dança, na música como o carimbó, marabaixo e o boi-bumbá.
Tribos Indígenas:
  • Arara
  • Bororo
  • Gavião
  • Katukina
  • Kayapó
  • Kulína
  • Marubo
  • Sateré - Mawé
  • Tenharim
  • Tikuna
  • Tukâno
  • Wai-Wai
  • Yanomami

Chuvas e inundações na bacia amazônica

A bacia amazônica é um dos locais mais chuvosos do planeta, com índices pluviométricos anuais de mais de 2.000 mm por ano, podendo atingir 10.000 mm em algumas regiões. Durante os meses de chuva, a partir de dezembro, as águas sobem em média 10 metros, podendo atingir 18 metros em algumas áreas. Isso significa que durante metade do tempo, grande parte da planície amazônica fica submersa, caracterizando a maior área de floresta inundada do planeta, cobrindo uma área de 700.000 Km2.

Rio Amazonas

Rios da Amazônia. Em 1541, o espanhol Francisco de Orellana e seus homens navegavam no rio Napo (que desemboca em outro rio maior), a leste dos Andes. Passaram-se meses, e era incontável o número de afluentes que engrossavam as águas do imenso rio. A certa altura, a embarcação é atacada por um grupo de indígenas, que disparam flechas envenenadas. Orellana dá ordem para seus homens desviarem o barco, afastando-o do alcance dos índios. Após safar-se do perigo, Orellana, impressionado com o aspecto dos indígenas, que acredita serem mulheres, lembra-se das Amazonas - as guerreiras da mitologia grega - e batiza o rio que passa a se chamar rio das Amazonas.
O rio Amazonas começa no Peru, na confluência dos rios Ucayali e Maranõn. Entra no Brasil com o nome de Solimões e passa a chamar-se Amazonas quando recebe as águas do rio Negro, no interior do Estado do Amazonas.
No período das chuvas, os rio chega a crescer 16 metros acima de seu nível normal e inunda vastas extensões da planície, arrastando consigo terras e trechos da floresta. Sua largura média é de 12 quilômetros, atingindo freqüentemente mais de 60 quilômetros durante a época de cheia. As áreas alagadas influenciadas pela rede hídrica do Amazonas, formam uma bacia de inundação muito maior que muitos países da Europa juntos. Apenas a ilha do Marajó, na foz do Amazonas, é maior que a Suíça.
O rio Amazonas conta com mais de 1.000 afluentes e é o maior e mais largo rio do mundo e o principal responsável pelo desenvolvimento da floresta Amazônica. O volume de suas águas representa 20% de toda a água presente nos rios do planeta. Têm extensão de 6.400 quilômetros, vazão de 190.000 metros cúbicos por segundo (16 vezes maior que a do rio Nilo). Na foz, onde deságua no mar, a sua largura é de 320 quilômetros. A profundidade média é de 30 a 40 metros.
O rio Amazonas disputa com o Nilo o título de maior rio do mundo, mas é imbatível em volume d'água. Recebe cerca de 200.00 Km2 água por segundo e, em alguns pontos, o rio é tão largo que não dá para ver a outra margem.

Pororoca

Na foz do rio Amazonas, quando a maré sobe, ocorrem choques de águas, elevando vagalhões que podem ocasionar naufrágios e são ouvidos a quilômetros de distância, é a pororoca.
O volume de água do rio Amazonas é tão grande que sua foz, ao contrário dos outros rios, consegue empurrar a água do mar por muitos quilômetros. O oceano atlântico só consegue reverter isso durante a lua nova quando, finalmente, vence a resistência do rio. O choque entre as águas provoca ondas que podem alcançar até 5m e avança rio adentro. Este choque das águas tem uma força tão grande que é capaz de derrubar árvores e modificar o leito do rio.
No dialeto indígena do baixo Amazonas o fenômeno da pororoca tem o seu significado exato, poroc-poroc, que significa destruidor.
Embora a pororoca aconteça todos os dias, o período de maior intensidade no Brasil acontece entre janeiro e maio e não é um fenômeno exclusivo do Amazonas. Acontece nos estuários rasos de todos rios que desembocam no golfo amazônico e no rio Araguari, no litoral do Estado do Amapá, e também nos rios Sena e Ganges.

Rio Negro

Suas águas são mesmo muito escuras. Isso acontece por causa da decomposição da matéria orgânica vegetal que cobre o solo das florestas e é carregada pela inundações.
Como a água é muito ácida e pobre em nutrientes, é este processo que garante a maior parte dos alimentos consumidos pela fauna aquática.

Rio Solimões

Quando o rio Solimões se encontra com o Negro (ganhando o nome de rio Amazonas), ele fica bicolor. Isso acontece por que as águas, com cores contrastantes, percorrem vários quilômetros sem se misturar.

Amazônia, Qual é O Nosso Futuro?


A soberania nacional está ameaçada na Amazônia?


No futuro existirão riscos para a soberania brasileira na Amazônia?
A região amazônica, principalmente a floresta, sempre foi assunto na pauta internacional. Desde o primeiro ciclo da borracha, com seu auge entre 1879 a 1912, e o outro entre 1942 e 1945 durante a II Guerra Mundial (1939-1945), os interesses internacionais e cobiças são comuns pela região.
Alguns mitos como "A floresta amazônica é o pulmão do mundo", já caíram por terra a partir de estudos, especialmente um feito entre 1992 e 1993 por onze pesquisadores, entre eles três brasileiros. Independente deste fato, asriquezas existentes na região são impressionantes e alguns fatos recentes têm marcado a polêmica em torno da soberania brasileira e a espoliação da região amazônica.
O general Lessa, ex-comandante na região, faz uma peregrinação pelo país mostrando ameaças e riscos ao Brasil com conhecimento de causa. Vale a pena ver os dados por ele apresentados e a polêmica apresentada, pelo menos para reflexão.
Alguns fatos marcantes na região amazônica:
·Dos 856 milhões de hectares que compõem a área do nosso território brasileiro, 350 milhões de hectares são floresta amazônica, ou seja, 41% do território nacional.
·O maior banco genético do planeta está lá
·As riquezas do subsolo vão desde o petróleo e gás natural, até o alumínio e o nióbio, passando por ouro e diamante, ou seja, o território é riquíssimo existindo praticamente todos os tipos de minerais e minérios de forma comercial para exploração
·O Brasil detém 20% da água doce na superfície do planeta, destes, 80% estão na bacia amazônica. A água terá um valor inclaculável em futuro próximo.
·A região ainda conta com potencial agrícola, de turismo e de extrativismo. Evidente que falamos de sustentabilidade ambiental e econômica.
·Segundo especialistas, as riquezas poderiam render ao Brasil o seguinte, em US$/Ano:
Petróleo 650 bilhões
Medicamentos e cosméticos 500 bilhões
Agricultura e extrativismo 50 bilhões
Minérios 50 bilhões
Carbono 19 bilhões
Turismo 13 bilhões
Madeira 3 bilhões
TOTAL 1,28 Trilhão
Fonte: Palestra do General Lessa – A realidade da Amazônia- Soberania ameaçada, farsa ou realidade?
A questão não pode ficar restrita a nossa geração, ou a dos nossos filhos. Daqui a cinqüenta ou cem anos, como ficarão todas estas riquezas? A cobiça externa tende a aumentar quando a humanidade enfrentar problemas ambientais previstos, mais sérios e complexos.
Sabemos hoje que a Amazônia sofre uma ação predatória e ilegal do homem. O desmatamento é uma delas. A questão fundiária com o argumento de terras indígenas é outro ponto que deve ser olhado com cuidado. A exploração de riquezas minerais e da biodiversidade é pública e notória, sem controle ou ingerência do governo. Contrabando é chavão por lá, todos os tipos.
Segundo dados mostrados na palestra do general Lessa, existem cem mil ONGs (organizações não governamentais) atuando na Amazônia. A grande maioria com laços e recursos externos. Estas ONGs muitas vezes estão camufladas para atender interesses estranhos aos nacionais, isso também já é sabido e confirmado por autoridades e políticos na região.
O local é problemático em sua vizinhança, conflitos históricos entre a Venezuela e a Guiana, litígios entre o Brasil e a Bolívia e a instabilidade política dos nossos vizinhos são motivos de alertas constantes, tanto nas matérias políticas como militares. A tudo somam-se os problemas do narcotráfico e contrabando, as contendas ambientais e fundiárias, o vazio demográfico, os interesses e pressão internacionais crescentes sobre a região agora, mais ainda no futuro.
Precisamos pensar urgentemente com mais cuidado na Amazônia. Antes de ser patrimônio da humanidade como dizem e defendem alguns, ela é patrimônio nacional.
É previsível que a água será fonte de riqueza e disputas no futuro, alguns países como Canadá e Austrália já compram água como petróleo. A crise mundial por falta de água potável já é uma realidade em diversos países sendo discutida em foros mundiais.
A Amazônia além de seu rico e poderoso subsolo terá que ser olhada pelo aspecto hídrico e sua importância estratégica no futuro da nação.
Recentemente saiu a DECLARAÇÃO DAONUSOBRE DIREITOSDOSPOVOSINDÍGENAS – de 13 set 2007, aprovada pelo Brasil e não ratificada pelos EUA, Canadá, Nova Zelândia e Austrália. Nota-se que estes países têm problemas com as nações indígenas também e não referendaram a Declaração que pode expor juridicamente a soberania. Detalhes mais técnicos desta situação estão também na palestra do General Lessa e são comoventes.
Tentar impedir o crescimento econômico da região pelos embates ambientalistas ou baseados na celeuma indígena é insensato e devaneador. Não podemos impedir a evolução da região, mas ela deve ter sustentabilidade e atender aos quesitos ambientais, no mínimo. Pode ser esta, umas das formas que vão preservar os interesses e a soberania brasileira na região.
Convenhamos, para uma população dita indígena, com 15 mil habitantes, muitos aculturados, a luta por 22 mil hectares de reserva no território de Roraima é um absurdo. Basta ver quem está por trás desta luta, as riquezas do subsolo e da superfície na área em lide para saber os reais interesses que se escondem nessa luta de preservação da cultura nativa. Esta é a situação da reserva Raposa Serra do Sol. Pasmem, mas 46% da área do estado de Roraima são compostos por áreas indígenas e ambientais. O processo em curso, em fase julgamento no STF pode ser um divisor de águas nesta guerra de interesses estrangeiros e contraditórios que envolvem a Amazônia com suas riquezas e a questão das reservas.
O General Lessa traz uma controvérsia, afinal a Amazônia está sendo ameaçada ou não? Normalmente uma minoria atuante consegue fazer mais estragos que a maioria omissa e silenciosa. Isso pode estar ocorrendo de forma silenciosa na guerra pelas preciosidades amazonenses.
A virtude estará sempre no meio, mas os problemas futuros, por pressão internacional principalmente, na Amazônia são irrefutáveis. O movimento em curso pode até ter caráter nacionalista e julgado por alguns extremista, mas é fato que a sociedade deve se manifestar e acompanhar o desenrolar dos episódios.
Precisamos ficar atentos ao que está ocorrendo por lá, com os argumentos do general Lessa ou não. Os protagonistas e suas origens, as ameaças e as oportunidades devem ser identificadas e debatidas.
Isso não é questão de governo, é assunto de estado. As futuras gerações, não nossos netos, mas os netos destes poderãosofrer as consequências dos erros cometidos agora.
O preço da liberdade é a eterna vigilância, o da soberania deve ir pelo mesmo caminho, mas sempre com a antecipação de fatos e ação enérgica quando necessária.

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