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  Anglicanismo

Nasceu de um movimento de idéias, não do estadismo religioso de Henrique VIII, cujos episódios do cotidiano conjugal incitaram um sério desentendimento com o papado. Religião oficial da Grã Bretanha. Apesar de influenciado pela Reforma e pelo Humanismo, o anglicanismo foi instituído na Inglaterra principalmente por razões de Estado e marcara a ruptura, em 1534, do rei Henrique VIII com o clero cristão. Henrique VIII teve como pretexto para essa dissociação a recusa do Papa Clemente VII. Este, pra variar, não concedera o divórcio ao soberano-mor inglês, que, por ironia, instituiu-se caudilho supremo da Igreja, separando o templo romano do católico, do qual lhe confiscou alguns bens. A cisão de Henrique VIII com o prelado romano acabou por favorecer o debuxo luterano cuja influência se concretizara através do Book of Common Prayer. Este livro, mais tarde, isentou-se das influições calvinistas. Foi quando facções pró-católicas e pró-protestantes alternaram-se no domínio da sé, gerando, com isso, conflitos que culminaram na Guerra Civil (1642) e na execução do arcebispo William Laud e do Rei Carlos I, que professavam cultos cristãos. Na verdade, a Reforma Anglicana apareceu na História como uma via, como um canal intermediário entre o catolicismo, que conservava determinadas graduações e mesclava diversas formas de liturgia, e o protestantismo, criado por Lutero, cujos princípios doutrinais se mantém fixos até hoje. Com esta dupla ambigüidade de valores o Anglicanismo se sustenta e tenta aproximar alcatoriamente as clerezias. Relatos históricos dão conta que a Revolução Gloriosa (1688) estabelecera o predomínio da facção pró-protestante sobre as posições pró-católicas – mas sem se atrelar diretamente ao catolicismo – e perduram até o século XIX. No decorrer da História, o anglicanismo desdobrou-se em inúmeros motins. Aí, um tal de John Wesley fundou (1738) a Igreja Metodista, e, a seguir, com o perdão da redundância, foram fundadas outras secções de Igrejas, como, por exemplo, a Episcopal americana. A oposição ao evangelismo de John Wesley levou a sua instituição (1791), a se desunir do clero romano ortodoxo. A catolização das capelas britânicas exacerbou a antipatia dos bispos e dos puritanos, e a crença religiosa foi um dos fatores cruciais de conflagrações no século XVII. Apesar do anglicanismo ser banido durante anos do Protetorado e da Commonwealth, a República Inglesa (1649), ele tornou a vigorar com a Restauração (1660). O Código de Clarendon e os Atos de Teste levaram as basílicas inglesas a um rompimento entre o Anglicanismo institucionalizado e os não-conformistas. As causas do Rei Jaime II tiveram ínclita relevância em insurreições. O Ato de Tolerância garantia uma condescendência limitada aos não-conformistas, a despeito destes se recusarem a jurar compromissos ao episcopado. Isso fez com que Guilherme III fosse despojado das suas funções. E a emancipação católica se dera, mas somente (1829). O século XVIII testemunhou disputas entre os High Anglicans, que escoravam o conservadorismo de Laud, e os Low Anglicans, ou latitudinários, que davam menos importância às formas dos ritos. Outra coisa: a formulação dos preceitos anglicanos data do reinado de Elizabeth I. O Segundo Livro de Oração Comum do reinado de Eduardo VI foi revisado e modificado (1559) e sua adoção se tornou obrigatória pelo Ato da Uniformidade. Os Trinta e Nove Artigos (1563) foram debatidos na Convocação, a mais elevada tertúlia da Igreja, como uma declaração de fé e prática. O objetivo era instituir uma clerezia episcopal nacional. Essa clerezia teria como morubixaba o monarca - uma espécie de governante. As pessoas que se recusassem a participar dos serviços eram multadas. Os puritanos, por exemplo, ficaram descontentes com as normas pré-estabelecidas e a Rainha se opôs aos seus tentâmens de alterar o clero anglicano. Não logrou êxito neste desígnio. Dentro do próprio anglicanismo britânico existem duas correntes, a saber: a dos modernistas, que defendem a vulgocracia e o subjetivismo religioso, e a dos não-conformistas, que se opõem aos ideários anglicanos de fusão entre Estado e Fé. O Anglicanismo contava com mais de 3 milhões (1970) de adeptos na Grã Bretanha. E capelas anglicanas se espalhavam pelo Canadá, Nova Zelândia, África do Sul, Austrália, etc. Essa religião chegou ao Brasil no início do século (1810) e na segunda metade do século passado (em 1970) contava com aproximadamente 2 mil membros, distribuídos em 12 sés.

Luteranismo
                           
O selo de Martinho Lutero
O Luteranismo está intimamente ligado a Reforma Protestante encabeçada por Martinho Lutero a partir de 1517.O nascimento do Luteranismo
O Luteranismo e o per se o Protestantismo nasceu através de Martinho Lutero (Martin Luther), nascido em 1483 na cidade de Eislenben, no sul da Saxônia Anhalt - Alemanha. Seus pais eram muito rigorosos com ele e ensinavam que Deus era um "Juíz servero que punia a transgressão de seu povo", bom, este era o ensinamento que a Igreja Católica da época passava aos seus fiéis. No verão de 1505, ao voltar da casa paterna, pela campina Alemã de Erfurt Lutero foi apanhado por uma tempestade e raios caíram bem perto dele, o atemorizando. Assim Lutero faz uma promessa a Santa Ana, de que se saísse vivo se dedicaria totalmente a Deus e se tornaria um monge. Mesmo contrariando a vontade de seu pai, que sonhava que Lutero seria um advogado, em 1507 se tornou monge. Contudo Lutero percebeu que nem tudo o que a Igreja católica da época pregava estava de acordo com a Bíblia, mesmo continuou como monge conquistando vários títulos como Mestre em Artes e Doutor em Teologia. Apartir de 1511 passou a ser padre da paróquia de Wittenber e professor da Universidade da mesma cidade. E foi ali em wittenberg que Lutero pode "Abrir olhos, idealizar mentes e mudar o mundo".
Em 31 de Outubro de 1517, cansado com a venda de indulgências na Alemanha, pregou na porta da Igreja de Todos os Santos do Catelo de Wittenber suas 95 teses sobre Justificação, Salvação e Fé. Nelas também deixou bem claro sua oposição para com os erros da Igreja Católica Romana.
A reação do clero católico romano fizeram delinear mais a doutrina Luterana, rejeitantando a intermidiação eclesiástica pela doutrina do Sacerdócio Universal dos Crentes, e recusando aceitar a Tradição e o Magistério da Igreja Católica Romana, ao invés aderindo somente as Escrituras.
Os Luteranos na Europa
A Igreja Luterana surgiu no centro da Europa, quando a nobreza implementou as reformas de Lutero nas igrejas sob seus controles. Protegido pelo Príncepe-Eleitor Frederico da Saxônia, Lutero faleceu pacificamente em 1546, aos 62 anos. Após sangrentas guerras, no ano de 1555 foi declarada a tão sonhada Paz Religiosa de Augsburg que reconhecia oficialmente a existência de duas Confissões Religiosas na Alemanha - A Católica e a Luterana. A partir daí a Igreja Luterana se expandiu conquistando boa parte da Alemanha e praticamente toda a Escandinávia.
A música luterana
A Igreja Luterana é conhecida mundialmente como a Igreja da Música, ou a Igreja que canta por ter sido a partir dela que o povo passou a cantar. O própio Lutero foi um grande compositor e poeta, sua músicas são entoadas até hoje em todas as igrejas luteranas ao redor do mundo. Além de Lutero, a Igreja Luterana despertou vários outros nomes da música mundial como por exemplo, Johann Sebastian Bach, Ludwig van Beethoven, Paul Gerhardt, entre outros. Atualmente a Igreja Luterana investe em coros e orquestras. Ainda, há um grande número de bandas, principalmente de rock, pop e blues - os estilos mais cultivados pelos jovens Luteranos, principais produtores atuais da música luterana. A Igreja Luterana está se aproximando do seu aniversário de 500 anos de Música, uma data histórica do cristianismo mundial.
As confissões Luteranas
A doutrina Luterana está baseada inteiramente na Bíblia editada como exposição correta das Santas Escrituras nos livros confessionais Luteranos do século XVI, que são:
* Confissão de Augsburg: 1530, a Mágna Carta da Igreja Luterana.
* Apologia: 1531, uma defesa da Confissão de Augsburgo.
* Catecismos Maior e Menor: 1529, as principais doutrinas da fé exposta de maneira simples e concreta.
* Artigos de Esmacalda: 1537, por Martinho Lutero.
* Fórmula de Concórdia: 1577, A confissão que sintetisa várias correntes teológicas dos primórdios do luteranismo.
Todas estas confissões juntamente com os três símbolos da fé: Apostólico, Niceno e Atanasiano foram reunidas em 1580 no Livro de Concórdia que é a coletânea de documentos confessionais da Igreja Luterana.
Luteranismo mundial
Atualmente mundo afora, existem mais de 250 igrejas, distritos e comunidades independentes que se denominam Luteranas. Juntos estes grupos reúnem uma sociedade de cerca de 82,6 milhões de seguidores que se encontram em cerca de cem países.

Atualmente existem cerca de 24,1 milhões de Luteranos na alemanha (30% da população), mais de 20,3 milhões na Escandinava (Europa setentrional) o que representa cerca de 85% da população. Ainda na Região do báltico quase 800,000 pessoas são Luteranas, a Holanda conta com 2,53 milhões de fiéis outros países que sedestacam pelo número elevado de Luteranos são: Eslováquia, Hungria, França, Áustria e República Tcheca, entre outros.
Igreja Evangélica Luterana na América (USA) com 5,0 milhões de membros, a Igreja Protestante de Batak (Indonésia)com 3,0 milhões de seguidores e a Igreja Luterana - Sínodo de Missouri (USA) com mais de 2,5 milhões de fiéis, entre outras. Atualmente os Estados Unidos é o 2º país com o maior número de Luteranos no mundo com cerca de 8,05 milhões de fiéis. a Indonésia conta com mais de 4,3 milhões e a India mais de 1,85 milhões de seguidores. Papuá Nova Guiné é hoje um dos países mais Luteranos do mundo, cerca de 25% da população é Luterana, o que representa 960,000 membros. Através da divulgação e da pregação a Igreja Luterana vem crescendo muito nas áreas originalmente não cristãs, principalmente a região que engloba Ásia e Oceania.
No Brasil: a Igreja Evangélica Luterana do Brasil, com aproximadamente 300 mil fiéis, atua em todoas os estados. Também está formando missionário para atuarem em países de fala e população de língua portuguesa.
A África possui hoje um grande crescimento do luteranismo,são cerca de 10% ao ano, o que reflete a quase um milhão de novos membros por ano. Atualmente este continente soma mais de 15,0 milhões de fiéis. O país africano que conta com o maior número de Luteranos é a Etiópia que registra mais de 4,3 milhões de seguidores. A Tanzania também concentra um elevado número de Luteranos, cerca de 3,5 milhões; seguida por Madagascar com 3,0 milhões. Em porcetagem populacional a Namíbia está na frente sendo um dos países mais Luteranos do mundo com mais de 1,050 milhão de membros, o que significa cerca de 60% da população. Outros países que se destacam no meio Luterano africano são: Nigéria - com mais de 1,5 milhão de membros e África do Sul - com mais de 700 mil, além de outros.
* Europa: 50,15 milhões
* América: 9,6 milhões
* África: 15,2 milhões
* Ásia: 7,65 milhões
o Total no mundo: 82,6 milhões
Países com maioria luterana em números absolutos Alemanha: 24,1 milhões Estados Unidos: 8,05 milhões Suécia: 7,1 milhões
Países com maioria luterana em números relativos Noruega: 90% da população - 3,95 milhões Islândia: 90% da população - 250,500 Finlãndia: 88% da população - 4,57 milhões
Os luteranos no Brasil
No ano de 1532 chegou ao Brasil o primeiro luterano, Heliodoro Heoboano, filho de um amigo de Lutero, que aportou em São Vicente.
As primeiras comunidades inteiras de Luteranos começaram a desembarcar no Brasil apartir de 1824 principalmente em Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, dessas comunidades surgiram vários sínodos luteranos que foram se aglutinando e hoje formam, especialmente duas igrejas: Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil e a Igreja Evangélica Luterana do Brasil.
O número total de luteranos no Brasil, atualmente, é de aproximadamente 1,067 milhão.
Calvinismo

João Calvino morreu
em maio de 1564


     Nos fins do século XVI a terra passou das mãos da alta aristocracia à gentry (pequena e media nobreza rural), e das mãos de um
a multidão de arrendatários jornaleiros, emparedados entre preços e rendas em alta inflacionista e salários estancados, às dos camponeses proprietários e terratenentes (yeomen). A terra também passou aos comerciantes, sobretudo aos pequenos (cujas margens de lucro aumentavam com a inflação) e aos mercadores mais ricos (que exploravam lucrativos monopólios comerciais). Por outra parte, também cresceram notavelmente o número e a fortuna dos juristas de prestígio. Em resumo, o que se produziu foi um deslocamento maciço das riquezas da Igreja e da Coroa, e das pessoas muito ricas ou muito pobres, para as mãos da classe média e da classe média alta”. Lawrence Stone La Revolución Inglesa, in Revoluciones y Rebeliones de la Europa Moderna - Madrid, Alianza Editorial, 1978
     A expansão do mercado de terras no continente europeu em meados do século XVI ocorre de forma diferenciada. Enquanto que na França esse fenômeno foi responsável pelo fortalecimento de relações feudais, na Inglaterra ocorreu exatamente o contrário, resultando no crescimento de características rurais capitalistas que transformaram a terra numa mercadoria.
     O aumento dos preços dos derivados agrícolas e do consumo de matérias-primas e alimentos contribuía para valorizar o preço da terra. Aproveitando-se dessa situação, tanto os grandes como os pequenos produtores rurais, tentaram tirar vantagens ampliando suas posses através dos “cercamentos” (transformação da posse das terras coletivas, em propriedade privada). O Estado, por sua vez, para preservar seus interesses, impedia o avanço dos cercamentos e passava a enfrentar a oposição da gentry (nobreza rural mais progressista) e dos yeomen (camada mais rica dos pequenos e médios proprietários livres). Nesse período, a Inglaterra passou a ser a segunda potência marítimo-comercial, ficando atrás apenas da Holanda.
     Além das questões sócio-econômicas responsáveis pelas revoluções inglesas do século XVII, as lutas de caráter político-religioso também foram determinantes. O “anglicanismo” era a religião oficial da Inglaterra desde 1534, quando o Parlamento aprovou o Ato de Supremacia e reconheceu a supremacia do rei Henrique VIII frente a Igreja Anglicana por ele mesmo criada, depois que o rei entrou em litígio com a Igreja Católica. Marcado por um sincretismo religioso, o anglicanismo possui uma forma mais católica e um conteúdo mais calvinista. Sua base social era representada por grupos favorecidos pelo Estado absolutista, como a grande nobreza e a burguesia monopolista.
     O calvinismo foi uma doutrina criada por João Calvino, um dos principais reformadores protestantes. Na escola de Calvino, em Genebra, receberam instruções os fundadores da Igreja Presbiteriana. Calvino tentou transformar Genebra num Estado de fé calvinista. Queria criar uma teocracia - forma de governo em que a autoridade, emanada dos deuses ou de Deus, é exercida por seus representantes na Terra. Assim, estabeleceu leis que foram dirigidas por suas doutrinas religiosas, abriu escolas, estimulou o comércio exterior, proibiu jogos de azar, alcoolismo, danças e outros.
     Perseguia seus opositores e defendia a pena de morte a hereges. Mandou queimar Miguel Serveto, que era um médico contrário às suas doutrinas. Jacques Gruet foi decapitado, acusado de blasfêmia. Entre os anos de 1542 e 1546 havia em Genebra vinte mil pessoas apenas. Dessas, cinqüenta e sete foram executadas, sessenta e seis banidas e um número incalculável de encarceramentos. Todos esses casos foram por motivos religiosos.
     As doutrinas do calvinismo são, entre muitas: a predestinação divina, no qual deus escolhe quem será salvo eternamente, salvação mediante a fé, subordinação do Estado à Igreja e outras.
     O calvinismo desde meados do século XVII era a corrente protestante mais numerosa da Inglaterra, dividindo-se em várias facções, sendo a mais importante a dos “puritanos” representados principalmente pela média burguesia, contrária ao Estado absolutista e a religião oficial anglicana, que limitavam o direito de propriedade, fazendo com que os puritanos assumissem uma postura de oposição mais radical.
     Outra facção calvinista era a dos “presbiterianos”, marcados por um comportamento mais moderado, de aceitação ao Estado absolutista, visto que sua composição social majoritária era formada pela alta burguesia e por latifundiários favorecidos pelo Estado. Os “anabatistas” constituíam o grupo calvinista mais radical. Eram socialmente formados por artesãos e camponeses pobres, que combatiam o Estado, reivindicando a devolução de terras e o sufrágio universal. Além de perseguidos pelo Estado anglicano, eram discriminados pelos puritanos que consideravam a pobreza como expressão da falta de graça divina.
     As idéias de Calvino ajudaram em medida o desenvolvimento do capitalismo, pois dizia que o predestinado deveria poupar, ao contrário do catolicismo que condenava até a usura. Max Weber em A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo explana bem essa aliança entre calvinismo e capitalismo. João Calvino morreu em 27 de maio de 1564.

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